O
Século das Luzes é essencialmente internacional; a arquitetura transforma-o com
o abrandamento das regras, donde resultam maior disponibilidade das formas e
busca de novas sínteses. Mais do que nunca se impõe o prazer dos olhos como
critério decisivo. Daí provêm as características geralmente atribuídas ao
Rococó: sumptuosidade e decoração, estilo teatral e agradável. [...] É com razão que geralmente se utilizam os
adjetivos “agradável” e “alegre” para qualificar a época, e o termo “recreio”
para designar pavilhões e casas. [...] O rigor dá lugar à fantasia do espaço e
à magnificência, valores soberanos a partir de agora que encontram terreno
favorável nos teatros e nas festas, elementos centrais da vida na corte.
Albert Châtelet e Bernard Philippe Groslier (1991)
História
da Arte Larousse, p. 417.
O SÉCULO XVIII PRÉ-REVOLUÇÕES
PORTUGAL, ESPANHA E BRASIL
Em meados do século [XVIII] a par das descobertas arqueológicas efetuadas em Pompeia, Herculano, Roma e Atenas, afirma-se uma nova forma de considerar a arte antiga. Os achados [...] são catalogados e analisados historica e estilisticamente. Nasce a arqueologia no sentido moderno e, simultaneamente, disciplinas como a História da Arte e a Estética criam um método e uma autonomia própria.E assim, para muitos artistas do século XVIII, desejosos de superar as formas do rococó, a arte antiga e, em geral, todos os valores ligados às civilizações clássicas são considerados como modelos de inspiração, na vida e na arte. O repertório dos temas da pintura e da escultura muda novamente: Vénus e Pã são substituídos pelos heróis da história romana e por imagens extraídas dos vasos e dos relevos antigos, mais próprios para exprimir o mundo moral da burguesia em ascensão. O neoclassicismo propaga-se em toda a Europa, mostrando que a arte deseja participar nas mudanças sociais, na moralização dos costumes, no advento das revoluções, numa nova conceção do belo.[...] Trata-se de um estilo sóbrio e essencial, que desenha o cenário de um mundo renovado, já não habitado por cortesãos, mas por cidadãos.
Sandro Sproccati - Guia de História da Arte.Lisboa: Presença, 2014 (7ª ed), p. 102-104
URBANISMO DA BAIXA DE LISBOA
ACADEMISMO NA PINTURA E NA ESCULTURA