O triunfo tão completo da
abstração (nos anos 1940 e 1950) não podia deixar de suscitar uma reação
oposta. A representação do real, da realidade de visão, não perdera, por certo,
os seus direitos nos anos 1950: continuou a ser praticada em todos os países
por um bom número de pintores, e a grande maioria do público preferia-a ao que,
por falta de preparação suficiente, era considerado uma arte de elite. Nos anos
1960 e 1970 as posições invertem-se: o Realismo, ou melhor, Realismos tornam-se
percursos de vanguarda. A realidade apreende-se, então, através da
materialidade do quotidiano e a sua exaltação é feita pela publicidade e pelos
media, ou ainda através da objetiva dos fotógrafos e dos cineastas, que guiam
permanentemente a nossa visão atual. A contemporaneidade está no próprio centro
da criação artística, está presente na sua própria banalidade — aceite ou
criticada — é o tema, o pretexto para toda a variação pictórica.
Albert Châtelet e Bernard P. Groslier, História da Arte Larousse.
Lisboa: Civilização, 1991
A arte enquanto processo: criar é agir
Pólos de criação contemporânea
As últimas décadas do século XX e inícios do século XXI