ATHENA XXI
No
plano artístico, encontramos um panorama variado que reflete as profundas
contradições sociais, económicas e morais. Por um lado, a pintura das cortes
decora esplêndidos palácios, embeleza igrejas grandiosas ou enriquece as
coleções dos príncipes - desde a Roma dos papas aos reis de Espanha e de
França; por outro, irrompe o protesto solitário de um génio inovador como
Caravaggio ou de Rembrandt, Vermeer
ou La Tour.
Não
sem razão, o século XVII é o século de Descartes mas também do Santo Oficio, de
Galileu e da Contra-Reforma:
não admira, pois, que a cultura artística se desenvolva de forma tão
tumultuosa, ou seja, classificada de «barroca», no sentido de uma arte alterada
por deformações intelectuais ou decorativas, à procura de efeitos gratuitos. A
crítica moderna mitigou porém o sentido negativo do termo «barroco», até lhe
reconhecer uma autêntica validade no plano da fantasia e da invenção.
Terisio Pignatti. Pintura: das origens aos fins do século XVIII
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