ATHENA XXI
Com o final de Quinhentos, não só se extingue o Século de Ouro das Artes na Europa, mas são também irremediavelmente subvertidos todos os ideais do Renascimento, até no equilíbrio espiritual e formal, a própria concepção do conhecimento, que se tinha mantido ainda no âmbito das teorizações formais. Também o quadro histórico do século XVII europeu aparece tragicamente perturbado por guerras, pestes e cataclismos naturais e económicos, enquanto o Homem, como que perdido, se volta para a fé beata e milagreira ou procura evasão nos prazeres e no luxo de uma vida muitas vezes sem horizonte.No plano artístico, encontramos um panorama variado que reflecte as profundas contradições sociais, económicas e morais. Por um lado, a pintura das cortes decora esplêndidos palácios, embeleza igrejas grandiosas ou enriquece as colecções dos príncipes - desde a Roma dos papas aos reis de Espanha e de França; por outro, irrompe o protesto solitário de um génio inovador como Caravaggio ou de Rembrandt, Vermeer ou La Tour.
Terisio Pignatti. Pintura: das origens aos fins do século XVIII
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